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3ª Etapa da Viagem Literária trouxe a escritora Flávia Muniz para bate papo dirigido aos jovens

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3ª Etapa da Viagem Literária trouxe a escritora Flávia Muniz para bate papo dirigido aos jovens

Com mais de 50 obras que ultrapassam a marca de três milhões de exemplares vendidos, a escritora Flávia Muniz esteve na Biblioteca Municipal e levou um bate papo com leitores no auditório da Escola Ala, na sexta-feira (11). A escritora foi a terceira convidada da Viagem Literária, programa de incentivo à leitura da Secretaria de Estado da Cultura em parceria com a Prefeitura

Cerca de 200 alunos entre 10 e 14 anos de idade, coordenadores, professores e outros amantes da literatura estiveram trocando idéias e fazendo questionamentos com a escritora. Entre as principais perguntas dirigidas a convidada, pudemos destacar:

Qual foi seu primeiro livro?
Flávia Muniz: O meu primeiro livro publicado foi Fantasma só faz buuu!. É uma aventura sobre garotos no trem fantasma de um parque de diversões.

E qual é o lançamento mais recente?
Flávia Muniz: Depois do Beto Baguncinha – pelo nome vocês já sabem como era o Beto, não é?, o mais recente é o Salem Sete Sete.

Qual dos seus livros você indicaria para nossos leitores?
Flávia Muniz: Que aprenderam a ler faz pouco tempo: A caixa maluca.
Que já sabem ler quase rápido: Rita, não grita!
Que já lêem rapidinho: Fantasma só faz buuu!

Com muitas obras publicadas, alguma em especial lhe chamou a atenção?
Flávia Muniz: Toda a obra que escrevo é de certo modo especial por um motivo ou por outro. Algumas delas me deixaram muito feliz porque atingi um índice de releitura bastante alto, ou porque foram elogiadas por gente competente, ou porque recebi indicações de qualidade ou foram premiadas (tenho um APCA de Melhor Livro Juvenil, duas indicações ao Jabuti e dois livros traduzidos), ou porque permanecem sendo lidas e adotadas, ou porque simplesmente gosto delas e os leitores também. Fazem parte desta “turma de bonitos”: Os Noturnos, Manual dos namorados, Viajantes do infinito, Uma sombra em ação, Rita, não grita!, Fantasma só faz buu!, Brincadeira de saci, entre outros.

Você já publicou várias obras infanto-juvenis, mas qual gênero mais lhe agrada?
Flávia Muniz: Eu gosto é de contar histórias. Se a idéia pinta de um jeito sonoro, brincalhão, lá vou eu rabiscando umas quadrinhas; se me pega na ação, procuro narrar uma aventura, depende. Sonho muito com os temas, passagens não resolvidas da história, digo sempre que “os anjos me acordam e me mandam ir trabalhar”. O gênero que mais admiro é o suspense, o thriller, que julgo o mais difícil de edificar. Não basta juntar sangue, um palavrão, uma criatura esquisita e um cadáver para se produzir um suspense de qualidade. A construção do suspense é tarefa árdua, de sensibilidade, e necessita muitos ajustes finos. Esse é o trabalho que me fascina. Estudo roteiros de cinema há um tempão (sou cinéfila!), e recentemente acabei a primeira fase de um curso sobre linguagem do audiovisual na PUC-SP. Estudar nunca me cansa. O talento é uma força motriz que leva você pra ação, mas necessita ter direcionamento, estar ancorado em boas leituras, na humildade do trabalho constante. Precisamos ter “ouvidos” para sacar o modo como nosso texto vem sendo recebido. Nem tudo que o leitor diz é suficiente, é abrangente, mas tudo o que ele diz é importante.

Qual a relação entre lecionar e escrever?
Flávia Muniz: Professores trabalham junto à matéria prima. Crianças são criaturas especiais, movidas à magia, sensíveis e sinceras, um prato cheio para um escritor atento. Com elas, ficamos mais ajustados em imaginação, em ritmo, em efeitos especiais, em humor, em clima, em vocabulário, conhecemos suas moralidades e espertezas. Elas são ótimas, são exemplos puros. Atualmente convivo com crianças e jovens na escola de meu filho para trocar idéias, e em encontros autorais ministrados pelos colégios. Dá para combinar os trabalhos perfeitamente.

Para você, quais são as melhores coisas da infância?
Flávia Muniz: Acho que as crianças têm passe livre para brincar do que quiserem. Essa liberdade de imaginação, de ficar feliz brincando, fora a chateação de não poder isso ou aquilo, é muito importante para o resto da vida. Gente que brincou muito quando era criança certamente viveu mais feliz

Tem algum momento especial ou divertido de sua carreira para contar?
Flávia Muniz: Todos os momentos são especiais. Esse é especial porque traz a oportunidade de falar com muitas crianças que curtem a leitura. Quando eu vou às escolas conversar com as crianças também é especial porque eu encontro as professoras e os leitores me dizem o que acharam do meu trabalho. Ao escrever uma história ou terminá-la também é especial. Mas a emoção de ver uma criança lendo sozinha pela primeira vez é uma emoção que se renova a cada dia.

Que tal uma dica de redação para os nossos leitores?
Flávia Muniz: Escrevam sobre o que gostam ou sabem. Isso dá mais segurança para falar o que se pensa. Leiam tudo. Quem conhece mais tem idéias melhores, frescas, limpinhas e novas. Prestem atenção nas palavras. Elas são mágicas. Quanto mais palavras você conhece, mais elas ajudam a inventar. É como um feitiço. Se você quiser se tornar um feiticeiro… Agora eu vou embora deixando um beijo para todos vocês. Até a próxima história!

Após o bate papo, Flávia Muniz recebeu uma lembrança da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Meio Ambiente que foi entregue pela bibliotecária Delmira Belo Barbosa e em seguida deu autógrafos. As supervisoras de ensino, professoras Rosangela Adeil Alves Aliaga e Kelly Viviane Oliveira, e a coordenadora pedagógica, professora Roseli Martins de Lima, conduziram a recepção. A secretária e diretora de Cultura, Milena Alencar e Lia de Camargo Ferreira, estavam na capital para abertura do Revelando São Paulo.