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Produtores rurais de Apiaí recebem módulo de búfalos

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Produtores rurais de Apiaí recebem módulo de búfalos

O clima quente e úmido do Vale do Ribeira é ideal para búfalos e um programa incentiva a criação para aumentar a renda no campo com produção de leite e carne.

A exuberância da natureza no Vale do Ribeira, pode enganar o incauto que, de passagem, a toma por um indício de fertilidade e fartura. Na verdade, o clima muito quente e úmido, responsável pelo crescimento descontrolado da vegetação nativa, é forte limitante para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária bovina, atividades prejudicadas ainda mais pela pouca fertilidade do solo. Mas onde calor, enchentes e pragas dificultam a produção de grãos e estressam o gado comum, um grande e simpático ruminante encontrou um paraíso. Proveniente do continente asiático, o búfalo chafurda satisfeito nas várzeas do Vale do Ribeira, atingindo plenamente seu potencial de produção de leite e carne manejado simplesmente a pasto.

Introduzido na região na década de 50, a ótima adaptação, a rusticidade e o gênio amistoso lhe valeram entusiástica acolhida por parte de criadores e técnicos da Secretaria Estadual da Agricultura. A sua produção de 4 a 12 litros de leite por dia pode ser considerada baixa, se comparada à de uma boa vaca holandesa, mas fica bem acima da média nacional do gado bovino, que é de 2,8 litros por dia. Além disso, a búfala apresenta ótimo índice de fertilidade, acima de 80%, o que garante crescimento rápido e estável do rebanho, e, segundo os especialistas, a carne bubalina também tem vantagens qualitativas em relação à dos bovinos.

Os resultados atingidos pela criação do animal no Vale do Ribeira foram tão bons, que a Secretaria da Agricultura, através da divisão regional do IZ – Instituto de Zootecnia no município de Registro, criou em 1989, o Programa de Desenvolvimento da Bubalinocultura no Vale do Ribeira. O projeto, explica José Simplício de Oliveira, agrônomo do instituto, é direcionado a proprietários de pequenas e médias áreas, e ?empresta? 11 búfalos – dez fêmeas e um macho – a cada parceiro. No período de sete anos, o instituto recebe de volta 14 animais, repassados para outros criadores. ?Para ser parceiro do programa, o produtor tem que ser dono da terra e ter pasto e estrutura suficientes para acolher os animais. De preferência, deve morar na propriedade e trabalhar com a família?, diz Oliveira. O objetivo do projeto, explica ele, é ajudar os produtores menores a iniciar a criação de búfalos, o que deve aumentar sua renda e fixá-los no campo.

Atualmente, o programa já conta com cerca de 50 parceiros, e, segundo Oliveira, houve apenas uma desistência. Em Apiaí, a criação já existe ha muitos anos, inicialmente com o falecido Henrique Osvaldo e posteriormente pelo produtor Carlinhos Consteca, seguido por Maurício El Had – hoje na lista de criadores consta o atual secretário Municipal de Obras, Renato Coelho. Ainda não foi feita uma avaliação dos resultados socioeconômicos desses anos do programa, mas é inegável, na opinião de técnicos e criadores, que a bubalinocultura é uma ótima alternativa para pequenas e médias propriedades na região.

Apesar de todas as vantagens, muitos dos candidatos à parceria acabam não sendo atendidos porque suas propriedades carecem de estrutura para receber os animais. ?De cada dez inscritos no programa, nove infelizmente ou não têm pasto suficiente ou não atendem às exigências de qualidade de currais. Cada animal necessita de 1 hectare de pasto, em média, e o produtor tem que prever o rápido crescimento do rebanho?, explica o veterinário e pesquisador da Universidade de São Paulo, Pietro Baruselli, que dá assistência aos criadores do Vale desde o início do programa.

Para resolver uma grande parte dos problemas de propriedades rurais no município de Apiaí, o prefeito Donizetti Borges Barbosa estará assinando termo de convênio com o Itesp ? Fundação Instituto de Terra dos Estado de São Paulo ?José Gomes da Silva?, para regularização fundiária.

Apiaí entra no programa

No dia 11 de outubro foi entregue aos produtores rurais Maximo Dionizio dos Santos da Silva, estabelecido no Bairro Iguatemi e Dimas Camargo dos Santos, produtor do Bairro Garcias, um módulo para cada.

O paranaense Maximo conta que já possui uma pequena experiência na criação de búfalos, pois antes de ser tornar proprietário do Sítio Iguatemi com 60 hectares, no bairro que leva a mesma denominação, trabalhou numa fazenda como administrador. Atualmente cria bovinos e faz parte do Projeto de Fruticultura criado pela municipalidade tendo em sua propriedade pêssego e figo. ?Com a oportunidade de fazer parte do programa de bubalinocultura, fiz o cadastra e agora que fui contemplado, pretendo iniciar minha cadeia produtiva em animais para corte em menor escala e dar prioridade a produção leiteira?, relata o produtor que já conta com uma vasta área de pastagem aruana e cana, sendo cana também incentivado por um projeto municipal.

O técnico agropecuário Dimas está iniciando sua cadeia produtiva na propriedade de seu genitor, o senhor Odorico Dias dos Santos implantado a cerca de 50 anos no Bairro Garcias. O local conhecido por Sítio Maria Rosa tem 40 hectares e desenvolve atividades pecuárias mista com gado para corte e produção leiteira para consumo familiar. ?Entramos no programa e nosso objetivo principal é futuramente iniciar uma fábrica de queijo com a produção leiteira. Os machos que surgirem, certamente irão para o abate. Os animais são calmos e de fácil manejo. Tem tudo para dar certo na região?, conta o técnico que também trabalha na Secretaria Municipal de Agropecuária onde está à disposição dos produtores rurais do município para quaisquer esclarecimentos.

?Nosso objetivo é manter o homem no campo com garantia do sustento de sua família e com renda para manutenção e ampliação de suas atividades. A diversidade é muito importante e deve ser uma pratica constante de nossas famílias do meio rural. Para tanto estamos buscando programas que incentivem essas ações. O homem e a mulher do campo podem contar com a efetiva participação e contribuição do poder público?, incentivo prefeito Donizetti Borges Barbosa.