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Projeto cria trilha com 130 km interligando os três parques da região

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Projeto cria trilha com 130 km interligando os três parques da região

O Parque Estadual Carlos Botelho (PECB), o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) e o Parque Estadual Intervales, em associação com a Estação Ecológica Xitué (EEcX),a Zona de Vida Silvestre da Área de Proteção Ambiental da Serra do Mar e a zona núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, compõem o chamado Continuum Ecológico de Paranapiacaba, com mais de 120.000 ha.

Estas unidades de conservação, reunidas, representam uma das áreas mais significativas dos remanescentes florestais do Estado de São Paulo, pelo seu ótimo estado de conservação e por abrigar inúmeras espécies vegetais e animais, inclusive ameaçadas de extinção, tais como a onça-pintada Panthera onca e o muriqui ou mono-carvoeiro Brachyteles arachnoides, bem como espécies endêmicas, tais como o pica-pau-de-crista-vermelha Dryocopus galeatus e a Aegla leptpchela, um crustáceo que vive em cavernas.

Do ponto de vista geológico, a lente calcária que caracteriza importante parte do PETAR estende-se até Intervales, permitindo a existência de centenas de cavernas nos parques: são mais de 300 no PETAR e cerca de 50, algumas contendo raridades em formações e espécies animais características.

Os parques estendem-se pelos territórios de cinco municípios: Ribeirão Grande, Guapiara, Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Tapiraí, Iporanga, Apiaí, Eldorado Paulista e Sete Barras.

As grandes dificuldades para a ocupação humana no Sudoeste Paulista, que persistiram durante muito tempo, impediram uma maior devastação das florestas da região, resultando nos remanescentes florestais que compõem as unidades de conservação e algumas grandes propriedades particulares. A topografia acidentada, o clima característico de chuvas abundantes e a presença da mata densa, aliados a uma carência de infra-estrutura básica (estradas, meios de comunicação, assistência social e outras necessidades dos aglomerados humanos, que por sua vez só se estabelecem quando as condições de ocupação são favoráveis), mantiveram estas áreas ocupadas por um número restrito de pequenos proprietários, posseiros e grileiros, que chegaram à região a partir de meados do século XVI.

A ocupação da serra de Paranapiacaba foi lenta até o início do século XX. Atualmente o Sudoeste Paulista é densamente povoado e pouco restou de suas matas. Por isso os remanescentes de floresta tornaram-se particularmente importantes. A acentuada carência social é muito marcante, valendo inclusive à região o triste título de ?ramal da fome?, quando relacionada à Estrada de Ferro Sorocabana, que foi referência de transporte para a região durante muitos anos.

A face do Vale do Ribeira manteve-se muito melhor conservada do ponto de vista ambiental, mas da mesma forma bastante carente do ponto de vista social. Assim, todo o continuum ecológico de Paranapiacaba pode (e deve) ter um papel de destaque na discussão sobre o desenvolvimento sustentado e a qualidade de vida para ambas as regiões.

Durante o seminário internacional realizado na Capital Paulista no dia 14 de dezembro sobre a implantação de trilhas de longo percurso nos parques estaduais realizado pela Coordenação de Projetos de Desenvolvimento do Ecoturismo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, segundo Anna Carolins Lobo, coordenadora do Projeto Ecoturismo Mata Atlântica, a implantação da Trilha do Conituun de Paranapiacaba, projeto em fase de estudo, prevê a instalação de um caminho de aproximadamente 130 km que interligará os três parques (Petar, Intervales e Carlos Boetlho). ?Constitui o principal produto do Projeto de Ecoturismo da Mata Atlântica, com capacidade de atração de público nacional e internacional?, previu.

?O patrimônio público tem que estar a serviço da comunidade. Se temos parques e áreas protegidas belíssimas que sejam compartilhadas não apenas pelos pesquisadores. Precisamos criar mecanismos adequados para permitir essa interação, fazendo com que pessoas tenham o devido respeito pela natureza?, disse Xico Graziano, secretário de Estado do Meio Ambiente.